![]() |
Lord A:. em Zots |
A carreira de Lord A:. como
conferencista, orientador ou facilitador em assuntos e práticas relacionadas a
mitologia comparativa, produção cultural vampiresca, espiritualidade da terra,
antigos ritos de fertilidade da terra, processo extático, dreamwalk e certamente
a Cosmovisão Vampyrica (pelo qual é mais reconhecido) teve seu início formal no
ano de 2003 - vindo a coroar uma jornada iniciada solitária ainda em meados de
1993. No ano de 2012 Lord celebrou duas décadas dedicadas ao "Vamp"
em amplitude, diversidade e vivência - com ênfase na Cosmovisão Vampyrica.
Ao contrário de muitos, ele
se apresenta como "Vampyro" ou como "Strigoi" por escolha
pessoal, seus estudos e práticas nesta temática tiveram origens rudimentares
ainda na metade da década de noventa através da correspondência e encontros com
integrantes internacionais deste meio. A formalização e ampliação de seus
conhecimentos foram com muito estudo, pesquisa, prática e compreensão dos
conteúdos de diversas linhas iniciáticas, oráculos, ciências humanas, sempre a
procura dos temas relacionados de forma direta ou indireta ao arquétipo do
vampiro - sob a inspiração, a guarda e a vigilância das potências que guiam
este trabalho. Como uma forma ou meio de transcender valores culturais
estagnados, conquistar a imanência, desenvolvimento do gênio-emocional,
potencialização criativa, reconhecimento do estado-do-ser, entendimento do
Eu-Feral e protagonizar a própria vida sem culpas ou medos e alcançar uma forma
de espiritualidade mais orgânica e desvinculada de dogmas, de exageros
denotativos incoerentes ou obtusos da cultura dominante.Sendo a palavra de
"ordem" o desenvolvimento e a lída com o icogniscível, com segurança
e firmeza, doçura e romance - e com o lirismo e evidente metodologia xamânica
como o canal de expressar tais resultados.
Ainda em junho de 2010
nosso líder e fundador Círculo Strigoi, Lord A:., completou o ciclo de
envolvimento formal, aprendizado, parceria e irmandade com a primeira dinastia
Vampyrica mundial a House Sahjaza (iniciada nos anos 70 nos EUA) e foi nomeado
como Elder de Temple Sahjaza e ainda Elder da linhagem Sahjaza-Brazil, títulos
que vêm a ser reconhecidos pela Matriarca e o Alto Conselho da House/Temple Sahjaza
e conferem como sua descendência e continuidade Brasileira. Sendo o único no
Brasil, América do Sul, Espanha e Portugal a ter conquistado tal honraria.
Já há alguns anos que Lord
A:. é referência na mídia nacional e estrangeira quando o assunto são vampiros
e Subculturas Urbanas. No ano de 2005 foi entrevistado pela publicação
norte-americana "Vampyre Almanac". Em 2006 participou de uma longa
entrevista no livro: "Vampyres: Reality is more strange than myth" do
pesquisador francês Laurent Corao, já lançado na Bélgica, França, Inglaterra e
Japão. Na mídia nacional Lord A:. já foi entrevistado pela Revista Trip (2004),
Isto É (2006), Revista da Língua Portuguesa (2006); Já foi convidado do Bate
papo UOL (2004); Entrevistado pelos programas de TV: Em Cartaz (2000), Altas
Horas (2001), Stay Heavy (2004), Swing com Syang (2004), Jornal da
Noite-Bandeirantes (2006); Repórter Cidadão na tv cultura (2006), Manhã Maior (2009),
Mulheres (2009) e jornal Estado de São Paulo. Ele também já teve alguns de seus
trabalhos publicados nas revistas Roadie Crew, alguns fanzines e colabora com
colunas sobre Vampyrismo e Neo-Paganismo em diversas publicações da internet.
Na sua carreira
profissional e pessoal, Lord A:. tem conquistado o reconhecimento junto a um
estimado e crescente grupo de leitoras e leitores dos seus trabalhos e
frequentadores de conferências e palestras nas quais participou. Atualmente sua
dedicação tem sido focalizada nos integrantes neófitos e sêniors do Officina
Vampyrica/Círculo Strigoi e no avanço de seus aprendizados e vivências sob o
longo e aveludado manto noturno. Ao longo do site do Círculo Strigoi você
poderá conhecer, através da leitura, um pouco mais de Lord A:.
contatos:
Skype: OfficinaVampyrica
Ao longo deste artigo, que se inicia com uma visita a um dos meus filmes de terror favoritos "O Exorcista", onde toda a trama diabólica se desencadeia depois da aparição de um tabuleiro Ouija. Em seguida visito outro filme chamado Despertar, onde o mesmo tabuleiro é usado para curar pacientes não-responsivos e catatônicos. Em seguida me embrenho na escura floresta relacionada a história de antigos oráculos, deídades como os Dáctylos, nas histórias usos e experiências com tábuas ouijas, jogos-do-copo, jogos do compasso e tantos outros "joguetes", que na realidade de hoje são ritos sem mitos... apresentados como entretenimento mas que oferecem acesso ao subconsciente dos modernos... e a inefável "terra da névoa" dos pré-modernos... a terra dos elfos ou o inferno era só uma questão etimológica e de época e paradigma reinante... sentiu um certo temor? Então iniciemos nossa jornada..
Um dos maiores clássicos do cinema de terror mundial vem dos anos setenta e chama-se "O Exorcista". Originalmente inspirado no livro homônimo de William Peter Blatty conta a diabólica história de uma garota possuída por um demônio chamado Pazuzu - e a heróica luta de um padre para resgata-la do mal em pleno Estados Unidos do século XX. Só a produção do filme já é uma história de terror a parte com direito a desgraças de todo tipo. Com direito a mortes de integrantes da equipe, atores e atrizes feridos com lesões e hematomas nas filmagens, a protagonista pegou pneumonia, maldições de cultos evangélicos fanáticos e muitas outras especificidades. Chegando a extremos do roteirista, que era o próprio autor do livro chamar um padre para abençoar o cenário principal.
.jpg)
O filme contou com a célebre atuação de Max Von Sydow no papel título, um padre exorcista confrontando o demônio encarnado na pele da então adolescente Linda Blair. Os recursos utilizados para a jovem endemoniada incluíam rugidos gravados de porcos indo para o abatedouro, sopa de ervilha para vômitos, falas tão obscenas que deixavam o pobre Max atônito e que foram gravadas por uma atriz que fumava seis maços de cigarro por dia e mantinha uma estranha dieta alimentar... sem falar nos contorcionismos e usos incomuns para crucifixos. Acrescente a tudo isso um diretor chamado William Friedkin que construiu um set de filmagens no congelador de um frigorífico para quando os atores falassem a fumaça saísse de suas bocas - e eles sentissem o desconforto do frio. Outro hábito de William era disparar tiros de uma pistola do nada para assustar todo mundo durante as filmagens e o medo dos atores serem genuínos. Cenas de contorcionismos, quedas brutais de escadas e vômitos de sopas verdes também estavam incluídos nesta trama sinistra. O filme também marcava a entrada dos grandes estúdios no gênero de horror, subjugando e decretando o fim das simpáticas produções de terror mais requintadas da Hammer e da Universal (a qual construíam suas apoteóses delirantes com refinadas trilhas musicais). O Horror estava instalado na industria cinematográfica e se tornaria um filão rentável. O Exorcista foi um dos filmes de terror mais lucrativos da história e o primeiro a ser indicado a um oscar no ano de seu lançamento. Claro, o bem vence o mal ao término da obra.
![]() |
A jovem possuida Regan de O Exorcista |
Ainda falando em cinema e utilizações de Tábuas Ouijas, temos um contraponto ao discurso malévolo sobre estes tabuleiros como epítomes e chaves-mestras do mal. No filme "Despertar" (Awakenings de 1990) onde o doutor interpretado por Robie Williams faz experiências com pacientes catatônicos usando um tabuleiro ouija, e descobre que um dos pacientes não-responsivos (interpretado por Robert DeNiro) está na verdade operando em um nível subconsciente. Claro que para um artigo escrito para um site de terror em tempos de Halloween tal filme possa não ser considerado objetivo ou diretamente ligado ao tema - mas para quem aprecia a questão da Tábua Ouija, pode ser um excelente ponto de reflexão... ao longo do artigo vamos estudar e aprofundar a visão sobre este curioso artefato.
O QUE FIZER COM AS INFORMAÇÕES REVELADAS É ENTRE VOCÊ E O ENIGMÁTICO TABULEIRO OUIJA - É SÓ UM JOGO...NÃO É? (Slogan dos tabuleiros ouijas comercializados nas duas primeiras décadas do século XX)
![]() |
Lord A:. apreciando a obra "3 Livros de Filosofia Oculta de Cornélio Agrippa" - foto de Max Candido |
Um rito sem um mito é um jogo, um entretenimento e enfim uma brincadeira.A loucura só é loucura quando não atinge um objetivo ou um esperado grau de acerto a respeito de algum tema.E outros ainda dizem que o problema (ou o patológico) não é falar com Deus (ou com os Deuses, embora este já seja um problema político e temporal) e sim quando o tal ou os tais respondem - principalmente quando respondem sem fazerem uso das instituições que alegam administrarem e mediarem sua comunicação.Visto que "crenças" são indiscutíveis e o direito de crêr (naquilo que quiser) é assegurado legalmente - podemos apenas direcionar a questão pelas consequências, efeitos e resultados delas...e neste artigo exploramos a questão da "Tábua Ouíja" e ainda do "Jogo-do-Copo".
Acredito que meus leitores e leitoras dispensam uma descrição mais detalhada do que seja uma "Tábua Ouija" ou ainda o tal do "Jogo-do-Copo".Como quem aprecia meus escritos em geral sente hojeriza perante a leviandade, superficialidade - dificilmente dança em torno de uma fogueira com tecidos secos envoltos no corpo e nem se aventura a mergulhos em águas profundas sem as devidas precauções - rogo para o cultivo da sensatez, respeito, apurada metodologia e justa-medida se por ventura se aventurar em conduzir tais práticas com Tábuas Ouijas ou ainda "Jogos-do-Copo".Inclusive quando tais práticas concederem resultados substancialmente comprováveis e objetivos.Para quem quiser se "auto-amaldiçoar", ler impropérios, histórias pavorósas sobre o tema repletas de fracassos medonhos, inexistência de benevolência e consequências nefastas - há milhares de artigos deste gênero pela internet, que são gratuítos e disponíveis através do próprio Google.E particularmente, não pretendo reforçar tal mesmíce...não mesmo!
Acredito que meus leitores e leitoras dispensam uma descrição mais detalhada do que seja uma "Tábua Ouija" ou ainda o tal do "Jogo-do-Copo".Como quem aprecia meus escritos em geral sente hojeriza perante a leviandade, superficialidade - dificilmente dança em torno de uma fogueira com tecidos secos envoltos no corpo e nem se aventura a mergulhos em águas profundas sem as devidas precauções - rogo para o cultivo da sensatez, respeito, apurada metodologia e justa-medida se por ventura se aventurar em conduzir tais práticas com Tábuas Ouijas ou ainda "Jogos-do-Copo".Inclusive quando tais práticas concederem resultados substancialmente comprováveis e objetivos.Para quem quiser se "auto-amaldiçoar", ler impropérios, histórias pavorósas sobre o tema repletas de fracassos medonhos, inexistência de benevolência e consequências nefastas - há milhares de artigos deste gênero pela internet, que são gratuítos e disponíveis através do próprio Google.E particularmente, não pretendo reforçar tal mesmíce...não mesmo!
0.COMO O PONTEIRO OU O CÓPO SE MOVIMENTAM? Todas as vivências com a magia, o processo extático e a relaidade não-ordinária sempre são acompanhadas de pequenas mudanças sutís e mesmo físicas, a tal da sincronicidade para alguns.Se não houver nenhum leitor ou leitora do tipo chato e decretador de que sua experiência é a mais real das reais...mesmo que não seja tão fabulosa assim e que necessite desesperadamente provar para sí mesmo que o ponteiro se move sózinho.Se também não houver nenhum ateu, cético e chato que necessite "ler" ou afirmar que o ponteiro depende exclusivamente e potenciamente dos dedinhos dos participantes para se locomover.No final das contas podemos dizer que o ponteiro ou o cópo se move mesmo que sutílmente porque há "energia" (a qualidade adjetiva, psicocinése, magnetismo e "etcs" vai de cada um), justamente porque há "toque" da pontinha dos dedos dos utilizadores.No entanto o que direciona para onde vai o cursor pertence ao "mistério" como desenvolveremos ao longo deste artigo.Realmente pertencerá ao mistério uma vez que você não esteja envolvido em alguma experiência mediúnica fraudulenta e nem em algum "joguete" de pessoas sacanas...

2.QUEM OU O QUE VEM A RESPONDER? E COMO RESPONDEM? No tópico anterior consideramos que mesmo a ausência de uma resposta durante uma prática - de certa forma é uma resposta.Se de alguma forma a "experiência" afetou você e as recordações ou sentimentos sucítados de tal vivência lhe roubam e ocupam seu tempo buscando aprovação ou rejeição dos resultados - há uma resposta para ser interpretada. Como você irá abordar ou responder pertence inteiramente a você pode ser de cunho psicológico, espiritualista e etcs.Vamos focalizar essencialmente que a resposta é sempre subjetiva e baseada nos próprios símbolos, vivências e conteúdos que você apreende durante sua trajetória de vida (como soberbamente explicado no verbete da Sra.Smith).Cenas de filme, de novela, diálogos, fragmentos de idéias, sensações do corpo...traumas...e muitos outros.Então, sempre fica um "ar" de o que é meu e o que é dos "outros" neste tipo de vivência e de práticas - afinal as "respostas" fluem através dos participantes - e ainda se embaraçam - movendo-se através dos símbolos, vivências, lembranças, pontos-de-vistas, nojinhos, apreços e afetos que você vivênciou ao longo da linha do tempo da sua vida.E neste momento esta é a melhor forma que consigo utilizar para descrever a qualidade e natureza de tais práticas.Neste momento pude clarificar a segunda parte da questão deste tópico "E Como Respondem?", desta forma no próximo parágrafo me dedicarei a primeira questão "Quem ou o que vem a responder?"
Uma vez que a resposta que vem pelas Tábuas Ouijas, flui através dos seus próprios conteúdos vivênciais dos utilizadores e dos seus símbolos, linguagens interiores, codex de vivências, aparelho sensorial, repertório simbólico e aparelho cultural - delinear a natureza "de quem" ou do "que responde" é uma tarefa hérculea, subjetiva e bastante delicada.Serão ancestrais?Serão Elementais?Serão anjos ou demônios?Exús?Orixás?Deuses e Deusas?Quem vem do outro lado?E se por ventura você também nunca souber realmente?Seria muito bom você ter uma vivência e uma tecnologia ritualística que lhe ofereça alguma segurança e fundamentação para tais práticas - incluindo algum grau mesmo que rudimentar de controle, averiguação de identidade das forças contactadas, doutrinação, protocólos e proteção.Pois do contrário, práticas como Tábua Ouija ou ainda "Jogo-do-Copo" não são recomendadas por este autor.
Se no final das contas tivermos apenas a tábua utilizada apenas como um mero "espelho negro" dos pensamentos e comportamentos dos participantes - um "autoscópio" - não muito diferente da utilização vulgar ou fragmentada de baralhos de tarôs ou das runas nórdicas.Ainda assim, ao término da utilização de um tabuleiro teremos algo interessante, criativo e desafiador para ser estudado. Embora o este tópico tenha ficado aparentemente difuso e inconclusivo - esta noção de "mistério" e de responsabilidade em lídar com o "outro lado" é a melhor mensagem que posso deixar para cada um de vocês a respeito das perguntas propostas aqui.Originalmente o termo "anjo" apenas designava mensageiro ou carteiro de tempos antigos na grécia...sua utilização nas traduções Bíblicas foi simplesmente política, pois o termo grego mais apropriado para tais deídades seria o Daemon socrático ou platônico.
3.CONSEQUÊNCIAS?O QUE VEM DEPOIS?O QUE VAI SER DE MIM?Para cada pessoa é de um jeito, não é possível estabelecermos um "vademécum" sobre vivências com Tábuas Ouijas ou "Jogos-do-Cópo".Desconheço quem é você e o que cultiva no seu cotidiano.Um dos enganos e perigos mais comuns são os teus Desejos imediatistas de satisfação oríundos de um cotidiano falho que irão tentar sua pessoa com tua própria sede de importância, de relevância e de projeção social. Outro erro crasso é a presunção ou simplesmente a "Hybriis".Mas delas já falei em outros artigos do site Vampyrismo.org . Como existe uma expressiva quantidade de pessoas que fazem uso da "Tábua Ouija" ou do "Jogo-do-Cópo" todos os dias e noites - com os mais variados graus de acerto e de contatos em todas as expressões qualitativas possíveis - só posso ficar com a idéia de que seja uma prática ambígua e pessoal para cada uma dessas pessoas ou grupos. Ao que se destinam os resultados dos contatos? E o que será feito deles? Talvez os programas televisivos sensacionalistas das madrugadas falem das experiências que deram errado - e assim possam justificarem seu marketing e arrebatarem mais novíços e ampliarem seus patrimônios políticos e financeiros.Para outras religiões institucionalizadas a utilização de Tábuas Ouija ou ainda de "Jogos-do-Copo" ferem o seu suposto direito sagrado interpretativo de mediarem e de interpretarem o "não-modelado" segundo suas próprias diretrizes e programas políticos no trato com o invisível.Já na boa e secular psicologia e demais ciências modernas que mapeiam a mente humana temos relatos de esquizofrenias, desvios comportamentais em suas teorias mais sevéras e nas mais brandas o trato com a sombra e também com o inconsciente - ou ainda o contato delicado com os arquétipos (que estão bem longe de serem algo inócuo e inconsequente)uma forma de bater a porta do subconsciente...
Em todos os casos temos na Tábua Ouija ou no "Jogo-do-Cópo" - e mesmo em qualquer oráculo em todas as épocas- um evidente problema social e político que desafia as normas sociais e políticas pois retira do governo e das instituições seu controle social e político no trato com o invisível e o não-ordinário - ou simplesmente o "Sagrado".Quem infringe tais regras datadas tende a ser marginalizado e discriminado pelo restante.A partir daí a situação do "praticar" ou não-praticar o uso de "Tábuas Ouijas" e "Jogos-do-Cópo" vem a se descortinar em pendegas familiares, escândalos praticado por adolescentes moradores de condomínios de luxo, acáloradas discussões de botécos, proibições exageradas, causos para se narrar em fogueiras xamânicas e encontros new agers, lendas urbanas e todo aparato simbólico sobre o tema aprendido na literatura fantástica ou nos filmes de terror (em geral bastante decepcionantes pelos clichês utilizados)...e outros dítames do "populacho".O que infelizmente é uma consequência histórica que abordaremos no próximo tópico.
4.ENTÃO QUEM SÃO "ELES" E DE ONDE ELES VEM? Existem muitas possibilidades e muitos movimentos humanos que oferecem explicações desde mortos a desencarnados da Atlântida ou de Capéla ou revelações de tempos ainda mais remótos.Muitos de seus integrantes certamente ficarão indignados com este artigo, mas deixo a cada um a indagação e observação histórica. Históricamente, desde que o mundo é mundo ele não foi "Cristão" e tampouco monoteísta aos olhos da história.Reduzir os habitantes do invísvivel a somente mortos ou demônios - e anjos seria um desrespeito aos leitores e leitoras dos meus artigos e também a vastidão, diversidade, amplitude e alterídade de toda trajetória cultural da humanidade neste mundo.Como a divisão entre cultura e espiritualidade nunca foi exatamente clara aos olhos dos sábios, cada um escolhe aquilo que lhe "apetéce" e desperta mais afeto, sentido, pertencimento e principalmente envolvimento.
Particularmente gosto do mito que narra a origem dos "Dáctylos" entre as civilizações gregas. Eles surgem de quando a Deusa Rhea finca a ponta dos seus dedos no chão ao dar a luz ao pequeno Zeus, são invisiveis a maior parte do tempo, armados de escudos e lanças e em número de dez na maior parte das descrições (cinco meninos e cinco meninas).E com o tempo eles viriam a ser responsáveis por intermediarem a comunicação dos oraculistas e daqueles que respondem através dos oráculos (além de protegerem o pequeno Zeus e posteriormente Dyoniso). Os Dactylos eram exmínios lançadores de feitiços e ambíguos por natureza. Intermediavam os oráculos do pêndulo na região do célebre oráculo de Delfos...posteriormente muitos outros oráculos foram atribuídos a eles. Curiósamente a palavra Dáctyl quer dizer "dedos" em grego. O autor J. Edward Cornelius aponta que:"(...)dedos sempre foram uma ferramenta poderosa e tiveram um papél importante em diferentes mitologias, religiões e mesmo na magia.Dedos são partes da mão, que Aleister Crowley cita como instrumentos mágickos por excelência.(...)". A ponta dos dedos e as mãos, com toda sua gestualidade, sinais secretos, mudras hindús, posições específicas na StadhaGaldr, nas simbologias da bruxaria tradicional associadas a gestos com a mão esquerda, no tantrismo, na reflexologia e em muitas outras terras - guardam interessantes expressões de poder.Creio que leitoras e leitores podem ser régiamente recompensados ao lerem as páginas 223-226 da obra "Grande Livro dos Mitos Gregos de Robert Graves, lançado no Brasil pela Ediouro".
![]() |
Desenho automático de um elemental por Austin Osman Spare |
Deixando a antiguidade e aportando na primeira metade do século XX entre os imigrantes italianos da cidade de São Paulo, cordões amarrados com anéis em meio de certos livros também eram um relevante oráculo espiritual na colônia - chamavam de perguntar ai São Catundo.Não muito diferente da utilização de pêndulos e cristais com funções semelhantes, prática comum do final dos anos noventa.E até mesmo da aparente brincadeira juveníl do jogo do compasso, que até hoje é praticada nos horários de recreio nas escolas brasileiras.Certamente, desdobramentos tárdios da tal Dactilomancia. Durante o final do século XIX tais guardiões ou "elementais" eram considerados apenas mitos gregos perdidos na cultura dominante.E os "espiritistas" daqueles tempos por certo temor de perseguição religiósa - e pesada referência ao iluminismo preferiram sujeitarem tais práticas ao domínio dos "mortos" ou espíritos que viria a ser socialmente mais aceito...e brochante sob todos os aspectos mais criativos e inspiradores associados a tais práticas.
![]() |
Ilustração de um Homúnculo Alquímico |
5.O QUE FAZER AGORA?A própria origem moderna do Tabuleiro Ouija está intimamente ligada ao final do século XIX e toda febre midiática que este oferecia na comunicação com o "outro lado".Por volta de 1853, depois do sucesso do "automatismo", um francês chamado M.Planchette, criou um objeto triangular que seria o precursor do tabuleiro ouija moderno.Outros dizem que um norte-americano chamado Thomas Welton inventou tal objeto alguns anos antes.Há ainda quem diga que o tal francês foi mais uma das muitas lendas inventadas no século XIX e seu nome apenas era uma palavra francesa para "plaqueta".Todavia, a utilização dos triângulos para a evocação e invocação de certas deídades, elementais, e seres espirituais não eram e nem nunca foram uma novidade para praticantes de alta magia ou Goetia.A ampla quantidade de pseudomédiuns e o uso inescrupuloso e antiético de tabuleiros, jogos do copo e afins - fora o sensacionalismo midiático - renderam uma péssima imagem que perdura até hoje sobre os temas abordados neste artigo sobre Tabuleiro Ouija e Jogo-do-Cópo.
Depois de tanto sensacionalismo midiático, tais praticas passaram a ser mais discretas e realizadas a portas fechadas - até um fabricante de caixões de Maryland chamado E.C Reiche, devido a sua indústria singular, criou uma pequena mesa para os espíritos moverem e juntamente aos amigos Elijah J.Bond e Charles Kennard criaram o modelo de Tábua Ouija mais conhecido dos dias de hoje.Assim veio a surgir a primeira empresa que fabricava em massa tais instrumentos pelo preço de um dólar e cinquenta cents.Os anúncios da companhia tinham como slogan:"Ouija. Um maravilhoso tabuleiro falante.Interessante e misterioso;sobresai nos resultados, clarividência, leitura da mente, percepção extra-sensorial; dará respostas inteligentes para qualquer pergunta.Testado no escritório de patentes antes da concessão dessas."Acredita-se que o nome "Ouija" tenha sido dado por um espírito, diziam que significava boa-sorte...os egiptologistas informaram que tal palavra nunca existiu nas Terras de Khem...a empresa foi tomada por dois investidores quase no final do século XIX.Nova gerência, novo nome na companhia e novo mito "Oui"(Sim em francês) e "Ja"(sim em alemão) um tabuleiro de Sim-Sim...os tabuleiros eram uma febre plagiados por inúmeras empresas concorrentes - quase todas com finais trágicos. Enfim, até os dias de hoje o tabuleiro Ouija é vendido como jogo de entretenimento nas lojas de lá. Inúmeras pendências judiciais rolaram sobre a taxação de impostos no tal jogo...
Iniciei este artigo falando que um jogo nada mais é do que um rito sem mito.Um entrentenimento social ou um dispositivo para momentos lúdicos.A base de funcionamento deste "jogo" abordado neste artigo é o automatismo, o transe mediúnico, o processo extático, fenômenos de natureza psíquica e de natureza física são a base de muitos jogos e divertimentos.Jogos de dados, jogos de carta e ainda muitos e muitos outros - até mesmo muitos jogos esportivos (como o próprio futebol) tem raízes em uma dimensão (ou véu ou ainda camada ou "casca") anterior mítica e pagã - que há muito tempo acredita-se que ao "não-se-falar" sobre tais camadas e raízes elas desaparecerão da cultura e da sociedade contemporânea...este "reino de névoa" é inicialmente abordado neste meu outro artigo ...mas como a poeira que se varre para debaixo do tapete...tais aparatos sempre, sempre retornam...dizem que os elementais temem a um demoníaco Chorozon.E alguns colegas Thelemitas dizem que o mesmo é o responsável por não deixar nada que foi varrido para debaixo do tapete permanecer por lá.Nesta primeira década do século XXI o tabuleiro Ouija e o "Jogo-do-Cópo" continuam por aí assombrando o imaginário pagão e ocultista - e principalmente sendo uma rica oficina de relatos diabólicos e inputáveis de culpa pelas religiões institucionalizadas da cultura dominante. Certamente o Tabuleiro Ouija e o Jogo-do-Cópo não são chaves-mestras para espíritos do mal e afins.Temos nesta questão apenas instrumentos e ferramentaria - uma tecnonologia espiritual - que pode ser usado corretamente ou incorretamente. Podem acontecer problemas sérios se quem utilizar não for bem treinado nas Artes e principalmente se não tiver uma boa fundamentação.Restringir esta temática ao arquétipo do "puro mal" ou apenas reforçar histórias de terror fantásticas, perderá uma abundância de recompensas e descobertas.Sim há resultados positivos, estruturantes e bem diferenciados das ciladas atribuídas a tais "mancias".A qualidade do buscador, de suas perguntas, de sua orientação, treinamento, fundamentação e conduta influem sobérbamente nos resultados.Basta não cair no papo-aranha de esquisotéricas surtadas ou de espiritistas que tudo é proíbido, tabú - ou simplesmente a realidade não-ordinária é apenas uma extensão dos próprios melíndres, preconceitos e nojinhos deles (e isso não tem nada de espiritual ou de inspirativo).Outra boa armadilha são aqueles picaretas que nunca tiveram (ou sequer tentaram) ter suas próprias vivências e experiências sobre tais assuntos e vivem só de fazerem ecos ou servirem de papagaios sobre estes temas - ou ainda como escravos de alguma suposta "autoridade" espiritual detentora de todas respostas - em geral pouco estimulantes e extensões de fadigas cotidianas e demais melíndres.Mas sem dúvida os mais patéticos a respeito de toda esta temática - dignos de serem rotulados de obsessores - são apresentadores de programas espiritualistas de horários comprados de rádios duvidósas.
Todo oráculo não sujeitado ao controle do "poder" político e religioso reinante é uma expressão anarquista e desafia as ordens, dógmas e padrões estabelecidos com o seu indomável poder.Quem aguentar cavalgar tais dragões daemônicos socráticos e se bancar, seja bem vindo! Enfim, entrego cada um de vocês ao longo e aveludado manto negro da noite - afinal na escuridão só vive aquilo que você cultiva, alimenta e atrai para sí abundantemente enquanto farol ou estrela...ou simplesmente com suas escolhas e condutas também nas horas diurnas, e que em vão procura obsessivamente em terceiros deste e de outros mundos.Feliz Halloween!!!
Post gentilmente cedido por Lord A, de seu blog http://lord-a.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário